Resumo— De acordo com relatório Global Innovation Index (2018), o Brasil ocupa a 64ª posição entre 126 países, no principal indicador da publicação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, e a 80ª posição, em um levantamento com 137 economias, no ranking geral do The Global Competitiveness Report 2017-2018. Os índices dos relatórios globais refletem a dificuldade brasileira em se configurar um país competitivo, alicerçado em inovação. Um dos principais gargalos que alicerça este cenário está no processo de transbordamento das pesquisas científicas na dinâmica econômica, bem como na obtenção de resultados frente às políticas implementadas pelo governo. A partir dessa ponderação, o presente trabalho teve como objeto de análise uma pesquisa acadêmica no campo da indústria química, com vistas a avaliar o seu potencial mercadológico. Nessa direção, o objetivo deste trabalho foi apresentar a análise sobre os efeitos das barreiras tecnológicas aplicadas à pesquisa acadêmica. Com esse propósito, na esfera deste setor industrial, foram realizados estudos sobre o balanço de pagamento tecnológico e o alcance das políticas brasileiras de catching-up tecnológico. A análise dos dados ratifica a dificuldade da inserção mercadológica das pesquisas acadêmicas brasileiras. O cenário pode ser atribuído, em parte, às falhas na execução das políticas públicas, à desvantagem resultante da importação das tecnologias atuais e seu impacto no balanço de pagamento tecnológico. Com o intuito de pensar estratégias para transformar esta situação-problema, foram discutidos redimensionamentos nas políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação. Adicionalmente, são apresentadas estimativas de um novo balanço de pagamento tecnológico, decorrente da endogenização tecnológica, o que pode colocar o país em um novo patamar de competitividade.